Cenários Cariocas: Não deixe o samba morrer

História e tradição na Pedra do Sal

"Gamboa, a Pequena África de Obá // Da Pedra do Sal, viu despontar a Cidade do Samba". Cantada em verso e prosa no enredo de 2007 da Beija-Flor de Nilópolis, o local faz parte da região conhecida como "Pequena África", que se estendia do entorno da Praça Mauá até a Cidade Nova. A Pedra do Sal também era considerada local sagrado para despachos e oferendas das religiões de matriz africana.

Hoje a Pedra do Sal é palco de rodas de samba do grupo Roda de Pedra. O local possui simpáticos casarios coloridos, ladeados por uma escadaria e a histórica ladeira de pedra. A festa atrai cada vez mais cariocas e turistas. "Eu sou paulista e sempre que vou ao Rio tento ir a lugares bem cariocas, totalmente diferentes do estilo de São Paulo. Uma amiga me levou até a Pedra e me encantei. A galera toda dançando junta, do mauricinho à galera do morro", conta Amanda Motta, 24 anos, estudante de Administração.

Próximo ao Largo de São Francisco da Prainha, na Praça Mauá, a tradicional roda de samba acontece, todas as segundas-feiras e sextas-feiras, há oito anos. Algumas pessoas costumam ir para lá direto do trabalho, uma espécie de happy hour, e outras se deslocam para o Centro especialmente para isso.

Com uma grande pedra que vira uma espécie de arquibancada, é um programa tipicamente carioca: música boa ao ar livre, com cerveja gelada, em um ambiente democrático. Além de tudo, é gratuito. "O samba é muito bom, mas o espaço é apertado. Para conseguir ouvir o samba tem que ficar bem próximo aos músicos. Mas vale muito a pena. Sem falar na azaração que rola solta", diz Renato Costa, 36 anos, analista financeiro.